Todo o meu esforço...


Todo o meu esforço canalizo para a vida. Não para o equilíbrio, não para as certezas. Caminho suportando nas costas todo o peso da desesperança, pois que a esperança, é ridículo, dramático, que a humanidade ainda precise de tê-la. Esperança em quê? Em remédios que curem? Em poemas que se dão de mão em mão? E as cartas sem resposta? E os becos sem saída? E a nova hipocrisia? E o deus-dinheiro que nos espreita a cada esquina? E a África? E a América Latina? E todas essas universidades e tantos analfabetos? Toda gente sabe a extensão da verdade: surpreendendo a paisagem esfomeada, o gatilho já não precisa do dedo de ninguém.

Cruzeiro Seixas

Nenhum comentário:

Postar um comentário