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Fotografia: Aëla Labbé |
Algo não está bem se não se sabe mais para o que se levanta. Se prevalece todo dia uma espécie de preguiça existencial que corrói o entusiasmo, encolhe os sonhos e entedia a alma. Se não se sente às vezes os olhinhos marejarem por encanto. Se não se experimenta, vez ou outra, gratidão sincera pela dádiva do amor compartilhado. Se sorriso espontâneo passa a ser raridade no rosto.
Algo não está bem se tudo parece difícil. Se acontece esquecimento do bálsamo que é abraço bom. Se não se lembra mais de se fazer o que dá prazer. Se de um modo ou de outro se foge da realidade. Se os dias se arrastam sem satisfação. Se relógio não marca mais hora boa.
Algo não está bem se não se faz mais brincadeira. Se risada demora a acontecer. Se o ânimo costumeiramente empalidece. Se olho passa temporadas sem brilhar. Se não parece estranho se acostumar com a ausência da alegria. Se não se vive como se a vida fosse preciosa.
Algo não está bem se o coração não experimenta mais a gostosura de se sentir feliz. E é preciso fazer alguma coisa a respeito.
Ana Jácomo
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